*Por Jeferson Propheta
O cibercrime pode ser um grande problema para as pequenas e médias empresas e os riscos de ataques crescem à medida que os cibercriminosos reconhecem a vulnerabilidade dos dados e sistemas.
Os invasores de hoje estão de olho em pequenas e médias empresas (PMEs) e organizações sem fins lucrativos — e as consequências dessa busca podem expor informações sigilosas e comprometer anos de trabalho.
Segundo dados da Checkpoint Research, uma em cada 40 organizações são vítimas de ataques cibernéticos por semana no mundo. A América Latina é a região com mais ataques registrados: uma em cada 23 organizações são atacadas por semana.
Os problemas relacionados à segurança digital aumentaram bastante nos últimos três anos. Empresas dos mais variados tamanhos foram forçadas a mudar prioridades durante a pandemia. O setor viu a transição para o trabalho remoto e as superfícies de ciberataques deixaram muitos grupos mais vulneráveis. E os negócios menos preparados para esse cenário passaram a temer ainda criminosos que já investiram contra grandes varejistas.
E não importa o tamanho da empresa, todas mantêm dados confidenciais valiosos: registros de funcionários e clientes, propriedade intelectual, dados de transações financeiras e acesso a finanças empresariais.
Diante desse cenário, as PMEs precisam atualizar as suas estratégias de segurança para se prevenir e se defender das ameaças atuais, principalmente porque as organizações menores geralmente não têm uma equipe de segurança cibernética dedicada, tecnologia de segurança moderna, habilidades e os recursos necessários para se defender contra ameaças avançadas.
Além disso, como o dado é responsabilidade da empresa que o detém, se houver algum vazamento, devido à LGPD (Lei Geral de Proteção a Dados Pessoais), todas as empresas podem ser multadas em até 2% do faturamento, e esse valor pode chegar a R$50 milhões.
Muitas pequenas empresas estão cientes dos riscos de segurança cibernética e instalam ferramentas antivírus para manter os cibercriminosos afastados. Porém, esses produtos não são suficientes para ameaças de engenharia humana, como ataques sociais, nos quais um alvo é manipulado para dar ao invasor o que ele deseja, ou ataques baseados em identidade nos quais os invasores usam identidade roubada e informações de conta para acessar sistemas e recursos enquanto aparecem como usuários legítimos.
Só para dar uma ideia, o relatório Falcon OverWatch Threat Hunting de 2022, da CrowdStrike, descobriu que 71% das violações eram livres de malware, o que ressalta a prevalência de ataques mais sutis e a crescente preferência dos cibercriminosos por técnicas que evitam produtos de software antivírus.
Depois de se estabelecer em seu ambiente, os invasores podem se mover por toda a organização para comprometer sistemas adicionais, exfiltrar dados, lançar um ataque de ransomware ou realizar outras ações. Isso é possível com o uso de credenciais de funcionários legítimos ou explorações de vulnerabilidades não corrigidas.
Algumas práticas recomendadas para fortalecer suas defesas de segurança:
Reforce a autenticação multifator – A autenticação fornece uma camada extra de defesa para que você tenha certeza de que se trata de um funcionário e não um invasor obtendo acesso a sistemas e recursos.
Faça backups regulares – Se uma violação atingir sua pequena empresa, você ficará feliz por ter feito backup de seus dados no local ou na nuvem. Um invasor pode criptografar backups se obtiver acesso aos sistemas, por isso é fundamental criar uma defesa forte.
Acompanhe os patches – As violações de dados geralmente começam quando um invasor explora uma vulnerabilidade não corrigida. Manter o software atualizado garante que esse vetor seja bloqueado.
Invista em uma proteção de segurança cibernética – Busque por produtos e serviços que caibam em seu orçamento, tendo em mente que a prevenção sempre gera menos custos do que uma defesa a um ataque que já ocorrido.
E lembre-se: o que livra uma empresa de perder dinheiro diante um ataque é a capacidade que ela tem de responder ao incidente antes que chegue ao usuário ou seu consumidor final, e, para isso, é preciso estar munido e protegido.