Adaptar um livro para o cinema já é um desafio, mas adaptar uma obra de Stephen King é, sem dúvida, mil vezes mais desafiador.
Com muitos detalhes e uma trama complexa, A Torre Negra é composta por sete volumes recheados de personagens densos e um universo fantástico, com magia, faroeste e um mundo paralelo ao da Terra, chamado Mundo-Médio. Os livros contam sobre um pistoleiro chamado Roland Deschain (Idris Elba), que percorre o mundo em busca da famosa Torre Negra, prédio mágico que está prestes a desaparecer e ele precisa impedir que isso aconteça. Essa busca envolve uma intensa perseguição ao poderoso Homem de Preto (Matthew McConaughey), que é o vilão e a mente por trás dessa tentativa de destruir a torre. Paralelamente a isso, Jake (Tom Taylor) tem sonhos com esse mundo paralelo e acaba se envolvendo na história e descobrindo um dom especial.
Apesar de todo potencial do enredo, a direção de Nikolaj Arcel e o roteiro de Akiva Goldsman contém falhas muito expressivas. Confuso e raso, eles transformaram a obra de King em um filme insosso e esquecível. Apesar dos efeitos especiais encherem os olhos (e possivelmente vão agradar bastante os fãs de King), eles não contribuem em nada para a história, que acaba ficando de lado em um roteiro fraco e totalmente previsível.
Ainda que Idris Elba, que interpreta o Pistoleiro, seja um ator de peso e talentosíssimo, fica claro seu esforço para desenvolver o que lhe foi dado em um roteiro pobre. O mesmo acontece com Matthew McConaughey, vilão do filme (o Homem de Preto), que acaba sendo colocado em uma posição complicada, com diálogos ruins e fraquíssimos. Mesmo com pouco material para trabalhar em cima, ambos se desdobraram e fizeram de um limão uma limonada, mostrando e comprovando suas respectivas habilidades como atores.
Apesar dos anos que foram investidos para que A Torre Negra fosse adaptada para o cinema, a direção de Arcel se preocupou mais em efeitos especiais mirabolantes do que com o todo do filme, focando em detalhes que todo fã de King quer ver, mas se esquecendo da história em si, transformando obra cheia de potencial em algo raso e sem graça.