Confesso que é muito difícil fazer uma crítica ou falar sobre Mãe! sem acabar dando spoilers do filme. Digo isso porque Darren Aronofsky (Cisne Negro e Réquiem Para um Sonho), diretor do filme, usa referências e símbolos para poder dar vida ao enredo que ele criou, ou seja, a beleza do filme está naquilo que ele representa. E quanta representação!
(NÃO CONTÉM SPOILERS!)
Com maestria, Aronofsky desenha uma trama provocativa, instigante, cheia de significados e detalhes absolutos, onde um simples gesto ou uma simples frase, significa um universo inteiro de mensagens.
O filme aborda a história de uma mulher (Jennifer Lawrence) e seu marido (Javier Bardem), que vivem em uma casa isolada de tudo e todos. Porém, a rotina pacata do casal se quebra com a chegada de um homem (Ed Harris), que é acolhido para ficar na casa deles. Desse contexto em diante, a calmaria deixa de existir, abrindo espaço para acontecimentos intensos, retratados em cenas densas, vividas e sentidas pela ótica da personagem de J.Law.
Aparentemente, tudo não faz sentido, mas se você se propõe a mergulhar no universo proposto por Aronofsky, as peças começam a se encaixar a partir do segundo ato do filme. Vale ressaltar que Mãe! exige que o espectador se entregue totalmente ao que está sendo exibido em cada segundo dos cento e vinte dois minutos que tem. Se você ficar só na parte rasa, você não conseguirá experimentar a beleza construída dentro do oceano proposto pelo diretor. Afinal, o filme é a tradução de mind-blowing.
Com metáforas e recheado de significação, Mãe! gera uma experiência psicológica e sensorial diferente para cada um, pois não há uma interpretação absoluta, e este é o segredo do filme, criar sensações diferentes em pessoas diferentes. Ele nos leva no limite das emoções, gera impacto, medo, angústia, nojo, desespero, calmaria, inquietação, dúvida e principalmente uma vontade desesperadora de falar/discutir/desvendar essa obra de arte de Aronofsky.
NOTA: 5/5
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