Hepatite tende a parecer uma condição de saúde quase incomum na sociedade atual. Contudo, segundo o Ministério da Saúde, em todo o mundo, 290 milhões de pessoas vivem com hepatite viral e desconhecem que estão contaminadas. Por isso, neste mês é celebrado Julho Amarelo, a fim de alertar sobre a doença no Brasil.
A infectologista Flávia Cohen informa que a condição acomete o fígado e provoca uma inflamação no órgão. “Quando não diagnosticada a tempo ou não tratada adequadamente pode evoluir para uma cirrose hepática, aumentando também o risco de câncer de fígado”, acrescenta.
A doença se divide em 11 tipos, podendo surgir por meio de vírus, remédios, doenças autoimunes, álcool, drogas, questões metabólicas e genéticas, segundo a médica. Contudo, apresentam sintomas comuns como fadiga, dor articular, náuseas intensas, vômito, diarreia, desconforto abdominal, escurecimento da urina, além de pele e olhos amarelados.
Entre os tipos de hepatite, um deles é autoimune, uma doença rara, em que o sistema de defesa do organismo ataca as células do próprio fígado, levando a uma inflamação. Essa condição se divide em outros dois tipos, o primeiro atinge pessoas de 16 a 30 anos, o segundo acomete crianças e adolescentes entre 2 e 14 anos.
Segundo Flávia, de todos os tipos, a hepatite A é considerada a mais “leve” e pode ter evolução benigna. No entanto, se não tratada corretamente pode desencadear no diagnóstico de hepatite fulminante, “podendo levar a um transplante de fígado ou a óbito”. A transmissão da doença acontece por via oral ou fecal. Entre as maneiras de contágio, a especialista destaca: água contaminada, vegetais mal lavados e alimentos crus.
Para prevenção há vacina, que deve ser dada em crianças a partir de 15 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias. Além disso, outras medidas devem ser tomadas, entre elas: consumir água filtrada e tratada, higienizar bem os alimentos, evitar opções cruas, lavar corretamente as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de cozinhar, evitar compartilhamento de talhares, copos e canudos.
A hepatite B, conforme a médica, “pode ser transmitida por relações sexuais, transfusões de sangue ou contato com instrumentos perfurocortantes contaminado com sangue, como agulhas, seringas, alicates de unha, etc”.
Este tipo, por sua vez, possui vacina disponível no SUS. Contudo, também deve ser prevenido por práticas como usar preservativo durante as relações sexuais e não compartilhar objetos perfurocortantes ou esterilizá-los corretamente antes do uso.
O tipo C da doença também acontece pelo contágio com sangue e relações sexuais. No entanto, essa é a forma mais grave da hepatite, segundo a infectologista. “Não existe vacina e, em 80% dos casos, ela se torna crônica. Os medicamentos atuais somente são eficazes em metade dessas incidências”, pondera a médica.
Portanto, medidas de prevenção — mesmas indicadas para hepatite B — são essenciais para evitar a doença.