Empreendedora à frente da Papermall, no Rio de Janeiro, explica que crescimento no segmento também pode ser justificado pelo boom nas redes sociais
Cadernos com ilustrações fofas, canetas coloridas, apagáveis e com cheirinho de bala, planners divertidos, além de versões personalizadas. Para dar conta da concorrência em plena era digital, papelarias Brasil afora investem em artigos inovadores e de luxo para atrair os consumidores apaixonados por papelaria. E para enfatizar esse interesse pelo papel, na contramão do mundo moderno, pequenos sellers apostam em estratégias de marketing digital para promover um buzz nas redes sociais e atrair mais clientes. Não à toa, a #papelaria teve mais de 1.9 bilhões de visualizações no aplicativo do Tik Tok, enquanto a #papelariapersonalizada ficou em 2° lugar, com 83.8 milhões de views. Movimento que também é corroborado pelos dados da plataforma de e-commerce Nuvem Shop, que mostra que o valor médio de fato nas papelarias aumentou 38% no último ano.
Segundo a empresária Ana Oliveira, à frente da PaperMall, papelaria localizada da Zona Sul do Rio de Janeiro, esse boom foi impulsionado pela pandemia. “Durante o lockdown, as pessoas tiveram mais tempo em casa e queriam encontrar um hobby ou até mesmo voltar a ter algo nostálgico, que haviam deixado no passado, e a papelaria tem esse lugar recheado de memórias afetivas”, explica. Mas se engana quem pensa que os artigos de papelaria ficaram estagnados no passado. Os itens de papelaria avançaram significativamente nos últimos anos, indo de simples artigos essenciais de escritório e escola para peças verdadeiramente inovadoras e luxuosas.
“Existe um mundo de pessoas que possuem uma paixão por itens de papelaria. Tem desde aquela mulher que não tinha condições de comprar artigos mais fofos de papelaria durante a sua infância até aqueles que colecionam canetas diferentes desde criança e, que quando chegam em uma loja física, vão direto para o expositor de canetas perguntando sobre novidades”, comenta Ana com base na vivência da sua loja localizada no Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro.
E o crescimento da venda do setor de papelaria também vem junto com a popularidade das agendas e dos planners, especialmente em plataformas como Pinterest e TikTok – em que não faltam dicas sobre como organizar melhor o dia a dia, especialmente para estudantes. Só no Instagram, há mais de 10 milhões de posts com a #planner. Esse crescimento vem sendo notado, pelo menos desde 2019, ano em que o faturamento de agendas como essas cresceu 64% nos primeiros seis dias do ano, em comparação ao mesmo período de 2018, segundo a Rakuten Digital Commerce.
Entre os itens mais procurados, apareceram os planners, os blocos de anotações, adesivos decorativos, lápis, canetas, post-its e cadernos inteligentes. Alguns dos apaixonados por papelaria gostam de organizar e administrar os compromissos do ano, além de focar nas metas traçadas e usando os planners de papel para essa finalidade. “Os fanáticos por papelaria também amam os moleskines, pois eles são mais elegantes e personalizados, além de não perderem o seu valor na hora de organizar os compromissos”, finaliza Ana.
A Psicóloga Bianca Laborne é uma dessas apaixonadas por papelaria. A carioca está entrando em uma loja ou procurando itens na internet. “A minha paixão surgiu na infância. Eu sempre gostei de brincar de escritório, escolinha e gostava de ter todos esses itens de papel”, comenta. Viciada em visitar papelaria, Bianca procura sempre os itens mais fofos da loja. “Eu gasto em média R$50,00 em cada visita em papelaria, mas é porque eu me seguro mesmo. Sempre compro os itens que me chamam atenção, os mais bonitos como: caneta, post it e caderno”, explica a psicóloga, que tem 42 anos.
PaperMall
Recém-lançada no sistema de franchising, a PaperMall é uma papelaria localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro. Na sua unidade você encontra todos os produtos de papelaria. Ana Oliveira administra a loja há 12 anos. A PaperMall oferece, ainda, três formatos de franquias, um planejamento e treinamento especializado em marketing digital.