quinta-feira, novembro 21, 2024

“Talvez existam coisas sendo enviadas a nós por outras civilizações”, diz o professor de Harvard Avi Loeb, sobre objetos espaciais não identificados

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Em entrevista ao podcast Future Hacker, o professor fala sobre o projeto Galileo, a busca por equipamentos extraterrestres, inteligência artificial e sobre o que seria um possível encontro entre terráqueos e civilizações fora do nosso planeta.

Na última semana, o podcast Future Hacker entrevistou o professor Avi Loeb, idealizador do Projeto Galileo, diretor fundador da Harvard University – Black Hole Initiative, diretor do Institute for Theory and Computation do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics e ex-presidente do departamento de astronomia da Harvard University ( 2011 – 2020). Ele é o autor best-seller de “Extraterrestrial: The First Sign of Intelligent Life Beyond Earth” e coautor do livro “Life in the Cosmos”, ambos publicados em 2021. Na entrevista o professor Avi fala sobre seu projeto, e a busca por respostas para a pergunta “estamos sozinhos no universo?”

Avi Loeb encabeça o projeto Galileo, um projeto que conta com um capital de 2 milhões de dólares e com mais de 100 cientistas no mundo todo e visa usar as informações de várias fontes de pesquisa para desenhar um algoritmo que, por meio da inteligência artificial (IA), deverá identificar viajantes interestelares, satélites não construídos por humanos e outros fenômenos aéreos não identificados (UAPs, na sigla em inglês termo, aliás, que o professor deseja eliminar do léxico tentando esclarecer com o projeto a real natureza destes fenômenos ) . “Estamos planejando construir um sistema de telescópio no telhado da Harvard College Observatory nos próximos meses e assim que ele estiver funcionando a ideia é identificar objetos que o governo notifica”, comenta.

“Nós faremos vídeos do céu de diversas maneiras usando infravermelho, luz invisível, rádio, gravando os sons emitidos e depois com tudo isso computado acionamos um sistema de inteligência artificial para ver que categoria de objeto estamos vendo”. Ao falar sobre o projeto, professor Loeb argumentou que os humanos têm muita dificuldade em lidar com a possibilidade de não estarmos sozinhos: ele citou o caso do Oumuamua um objeto interestelar conhecido detectado passando pelo Sistema Solar e que devido às suas características não se consegue explicar com 100% de certeza a sua origem podendo ser até para o professor um objeto extraterrestre, mas que essa hipótese nunca foi muito considerada pela comunidade científica.

Ele também relembrou o fato de que em 2020/2021 o governo dos Estados Unidos admitiu existir uma série de objetos observados no espaço cuja natureza é inconclusiva e que ele não seria capaz identificá-la. Foi diante dessas questões que o professor idealizou o projeto. “ Aquilo foi um ponto de despertar científico para mim. Naquele momento ficou muito claro que podíamos estar recebendo pacotes na nossa caixa de entrada e não estarmos checando isso. Talvez tenha coisas sendo enviadas a nós por outras civilizações, objetos fabricados porque a natureza não produz objetos com essas características.”

Ao ser questionado sobre que espécie de tecnologia conseguiria fazer a terra entrar em contato com civilizações de outro planeta, o professor Avi acredita que robôs astronautas conduzidos inteligência artificial que serão os primeiros a ir mais longe e entrar em contato com civilizações “alienígenas” por conta de sua durabilidade , muito superior a uma vida humana e sobretudo de sua capacidade de se reconstruir caso danos ocorram em sua estrutura ao longo do trajeto.

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Ao longo da entrevista professor Loeb também foi questionado sobre a hipótese, da Terra encontrar um equipamento de origem comprovadamente alienígena se existiria um protocolo global caso isso ocorresse, a quem esse equipamento pertenceria. O Professor respondeu que não existe um protocolo global no mundo para materiais alienígenas, no entanto, o ideal seria que esse assunto fosse cuidado por um grupo de pessoas especialistas independentes que não fossem submissos a nenhuma instituição ou nação.

O Professor também respondeu uma pergunta sobre uma eventual comunicação entre os terráqueos e uma civilização alienígena, se uma dessas sociedades estiver muito mais desenvolvida que a outra, será como o que ele mesmo afirma uma formiga conversando com um pedestre , o pedestre ditaria as regras da conversa e a formiga correria o risco de ser esmagada. “ Seria como um homem das cavernas ser transportado para Nova york e seus gadgtes, o homem das cavernas poderia até ficar fascinado com isso, mas ao retornar para caverna isso se tornaria um mito, pois na caverna não existe engenharia ainda para reproduzir esses equipamentos”.

Mesmo diante da possibilidade “ assustadora” de nós sermos as formigas de um possível encontro, o professor Avi, no entanto acredita que não deveríamos nos preocupar com essa hipótese no momento, pois se existir uma civilização milhões mais desenvolvida determinada a nos fazer mal já teriamos sofrido algum ataque e a verdade é que o planeta Terra provavelmente não é assim tão relevante para o universo a ponto de ser considerado uma ameaça muito significativa.

Durante a conversa, o professor Loeb também falou sobre a diferença entre lixo espacial e arqueologia de tesouros espaciais e respondeu aos que creditam o projeto Galileo como um projeto de natureza especulativa. Avi argumenta que muitos projetos que atraem até muito mais financiamento e estrutura em Harvard também são de natureza especulativa, mas que são encarados com mais naturalidade pela sociedade e pela comunidade científica como, por exemplo, o estudo da matéria negra. Avi também ressalta que mesmo estudos sobre buracos negros ha algumas decadas pareciam algo completamente distantes e até mesmo ridículos e hoje são extremamente considerados, tanto que os dois últimos nobels de físicas foram dado a cientistas que estudam esse assunto.

Por último, o professor diz que o telescópio do projeto Galileu tem previsão de ser inaugurado na primavera e que a ideia é que réplicas dele fiquem em nome do projeto em diversos lugares do mundo ajudando no monitoramento, mas para isso seria necessário mais financiamentos e incentivo.

Sobre o Future Hacker

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Link da entrevista: https://lnkd.in/eFa649q

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